sexta-feira, 29 de julho de 2011

EBA, 2 MESES DE VIDA!

Esta semana completei 2 meses de vida e muitas coisas mudaram na minha rotina. Passei a dormir no meu berço, quase não acordo mais na madrugada, já reconheço as vozes e os rostos do papai e da mamãe, durmo menos durante o dia, dou muitas risadas e converso muito, na minha linguagem, claro. Ah, fiz uma grande descoberta também, minhas mãos. Agora sei que aquelas coisas esquisitas que viviam passando perto do meu rosto são minhas mãos e sou eu quem as mexe pra lá e pra cá. Papai falou que com as mãos eu vou conhecer a vida através do tato. Disse também que com elas poderei conhecer o mundo através do teclado de um computador acessando a internet. Que legal! E para que mais servem as mãos?

Trechos do Monólogo das Mãos
Giuseppe Ghiaroni


As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder, ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar, confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar, acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir, reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever..


Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor ou uma granada, uma esmola ou uma bomba! 
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia! As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura, a arma que fere e o bisturi que salva. Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas protegemos a vista para ver melhor. Os olhos dos cegos são as mãos. As mãos na agulheta do submarino levam o homem para o fundo como os peixes; no volante da aeronave atiram-nos para as alturas como os pássaros.